beach

beach
beach

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vidas destruídas

-as pessoas destroem com as vidas de outras pessoas , sem perceberem...

Armando destruiu a vida de Lucélia ao não oferecer os manuscritos de sua pesquisa Lucélia por si , perde uma grande oportunidade de sucesso e entra em colapso Lucélia destruiu a vida de Lilian por fingir
escutar e aconselhar em sua vida
Lilian por si, perde o ânimo em respirar e passa a faca em sua garganta Lilian destruiu a vida de Gregório, este que alimentava uma paixão platônica
por Lilian, ao saber do suicídio afunda-se em comprimidos e injeções Gregrório destruiu a vida de César, por fingir ser seu amigo e fazer
grandes promessas de grandes sonhos, César ouve todas as palavras E acolhe-se num abismo da agonia

---
César destrui a vida de sua mãe por não escolher uma farda como
oficio
A mãe de César destrui a vida de Lucélia ao negar-lhe um
emprego
A vida de César e Lucélia põe-se em contra-tempo , alinham-se Na mesquinharia de destino e enquanto isso metade da cidade Destrói a vida de outra metade de cidade, mentindo , superiorizando
Obedecendo a luta que nos obrigaram a lutar, a cobrança que
formaram no altar
O ego psicografando todos os limites do
sufocamento
Separando adjetivando , destruindo, comparando
Matrizes e praças , laços e sentimentos

----

E nesse momento nasce em César o
mesmo sentimento
Aquele que poderia salvar , o
amor , surge um amor

Por Lucélia , que nela enxerga tudo aquilo que
poderia
Transformar na fusão
nuclear e fixar
em sua cabeça

Que ela transparecia a paz , enfim
ela e a
paz

Mas... como o ciclo do relógio era tão óbvio e mecânico
Lucélia destruiu a vida de César , por lhe negar
essa euforia do amor
Por lhe dizer que só da
amizade nasciam frutos , por querer

Separa-lo por não fazer jus exato ao estereótipo
que
Lucélia sonhara , aquele bem formado e culto
Pra César isso lhe pareceu tão imundo
Que viu do 13° andar uma poça de braços abertos
E ali enfim a vida de
César se entregava


Pois a vida de Lucélia seria arrasada
Atropelada pelo seu velho amor de tempos
atrás
Que lhe desprezou , chutou feito
balde
A emergência recebe dois chamados Um
corpo o de César , espatifado no chão
E alguns
metros depois , na pista principal

O de Lucélia que agora entendia
que...


as pessoas destroem as vidas de outras pessoas
sem perceberem mesmo
que faltou , compreensão e igualdade
que faltou escutar a verdade
e não agir a favor da máquina
que nos ensina a destruir uns aos outros
pra depois se auto-destruírem..
pessoas...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vá pra casa filho

Novocaína e sal que valoriza o outro lado da face
Os produtos parecem soar orgânicos
Dormência na veia que vitaliza os satélites
[Caixas e pacotes limpos , acessíveis , vista os íveis]
Níveis de superiorização embalados , clean and soft
A saliva escorre e uma mangueira absorve
Desfigura sorriso acomodado e tudo limpo
Não chamativo , aconchegante e mentiroso!

-vá pra casa meu filho.

Outdoor digital que acena uma ilusão ótica
Outra dor manual que acena realidade física
Processos bem explicados em manuais em diferentes
Idiomas idolatrados em escolas privadas
Fecundando um cérebro composto por matéria fecal
Deliberando à seus filhos , o início de uma demência
"Farma-fama-ceutica-cética-ereta-correta"

-vá pra casa , filho;

Enquanto existem pedaços de pavimento
Enquanto o cimento da inteligência não lhe afetou
Seja livre como um animal , deixe-se fazer pela repulsa
E crie o ódio como um animal , instinto e atacar
Já lhe disseram que arquivaram trocentos nomes
E aqueles que não cabem em perfis e pacotes
São como a escória que a raiva alimenta
A ex-ceção do entertrenimento
A explosão da angustia , agonia difusa
Que só você agora entende filho
Que só você serviu ao lado negro
E aguarda anciosamente seus irmãos
Abraçados com Satã
Esbravejando liberdade
Em um canal censurado
Na grafia momentânea
Não precisa entender nada
Coma o instinto e assassine o resto

- o sangue jorrando é tão lindo
você pode provar se quiser
e vem pra casa filho
vem...

sábado, 7 de agosto de 2010

O papel esquecido

espero que nunca tenha que desmembrar o futuro
que dele guardo tanto pavor , que fez fraco
o sol que outrora aprecia o lixo varrido
não é mais a mesma melodia que a nave
carrega na nau , dentro laços ventos
fiz que tudo deveria ser dito no silêncio
não é mais a mesma idade que pede
a pressão de vestir a manta e caçar
a pobre dor que pôs a esquartejar
o lençol manchado de luxúria
a mentira e o embrião
nasce em vão outro sentimento
e celebro com o vomito espatifado
no banheiro e a brisa da manhã
tórrida quanto foram os irmãos
assassinados pelo ego.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu te amo tanto (queria)

-tudo o que queria, naquelo momento era a umidade do asfalto
unindo braços, munidos de desapego
nutridos de desespero, a luz fosca do poste
depois de brisa e leve chuva
assim por ser , inunda meu peito
de tua voz , à nós um brinde

... de lágrimas , de dádivas
de inverno ladrilhado
o quadro pintado em uma tela de lcd
louvado seja então , momento

pra dizer que as luzes aspiram
motivos os quais ainda não entreguei
a frase dita de "eu te amo"
e porque ainda não me escutou
e porque o fio da saudade
se soltou , no auge da idade
em que a cidade se qualifica mais
no oscilar do nublado e a madrugada

-aonde informações digitais, foram póstumas
formação da equalização de que chamo felicidade
de que acho amor por ti , de que sempre chamei
de força maior , pra ser melhor...

queria tanto te dizer eu te amo
por trás dessa cena de um filme desfigurado
atravessar meu olhar dentro do seu
confinar minha alma na tua
e sentir o tremer da carne de breves alturas
desafinar teu sorriso, esconder lágrimas
e te abraçar me sentindo o cara mais
seguro de um conjunto mundo
mas eu te amo tanto que faço
maior dos esforços pra te odiar
pra te chamar num estalar
e conseguir desprezo também
além do mais e o mas
acredito que criei uma fenda no amor
no teu rosto e em nossos corações
fiz uma fila de discos arranhados
e deixei a chuva levar
e eu te amo tanto , que queria te dizer isso
e ver que tudo não passou de engano
sintetizado à insegurança de perder nossas
esperanças em camas , datilografadas
pelo amanhecer. tantos anos
o mesmo soprar
foi tudo desentendido , frustrado
uma ilusão
por tantos anos
eu te amo tanto
que guardo na caixa
as lágrimas , pra pintar
o quadro arquitetado
de mais um funeral

... eu te amo tanto

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Deveria

deveria ter evitado o corte
ressalvo o ódio , virtude
pra ser nossos irmãos
e beber do sangue podre

ah mãe , deveria cobrar
deveria acordar
deveria julgar e jogar
o corpo contra o carro
despedaçado que alinha
45 graus o penhasco

não tentem explicar
razão de felicidade
dentro de uma xícara
observa-se tudo mais detalhado
observa-se o olhar desesperado
pra fugir de vocês
sugadores revolucionários

perceber que tudo será sonho
penso logo , com um sabre atravessado
na barriga em que meu sistema
localiza-se há anos na velocidade da luz
e que cai aqui , perto de você
por engano

deveria ainda?
deveria?
o dever de consertar a máquina
e acompanhar o concerto
da guerra galática
por engano?
deveria matar todos vocês
e deveria acordar?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sopra

os papéis picados , sopram o lógico
dentro do sépio buraco formado
do mais cinza que resolve
sorver e retroceder

lápides formaram ti , mulher
que tanto sepultou a coragem
pra saber , beber de tua nudez
em frases marcadas de tinta

lisa e geográfica
o espaço e a fusão
nuclear e sintetizada
estou dentro , de ti

mas que calha , a teia
por ser longa demais
deixa-me preso aqui
no teu ventre , e o vento

soprou aquele papel picado
soprou meu medo pra agora
sobrou aquele clima ameno
sobrou aquela raiva sequencial

até o maior dos astros
soube que o dia , invertera
toda multiplicação da fábula
numa fábrica de medo
e estruturas.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nós nos tornamos aquilo que nunca queríamos ser

O embaraço dos ponteiros
O mormaço sob forma de amarelo
O desgosto embrulhado em fita isolante
E o preso do justo faz lá pra ignorância

Querem nos empurrar um deus que não existe
Querem nos defender de um diabo que não existe
Querem condicionar a cura , a cama , o vencimento
E o peso justo da medida é tão separado...

Que todo mundo sente dor
Que todo mundo se sente palpável
Que todo mundo sorri
E o morto ainda ama , o que lhe corrói

Errante é pensar que latidos e mosquitos
Só estão mais do que certo , em cercar
E sugar dos seus ouvidos , o que lhe
Parecia inabalável , parecia acabado
Por frases feitas de otimismo
Um cartão de crédito
E uma conta conjunta
Se a vagabunda não lhe tirasse
A sorte de se ver motivado
No espelho de sete casas
No envolvente devaneio que acumula
Muito mais do que um suspense
Em uma fodida banca de jornal


O que penso depois , da lavagem
Só nos esquartejaram , só nós
O cérebro pausa continuo , vivo
Ainda que escalpelado , por viúvas
Tudo compacto , encaixado
Pra sentar-se no sofá e apodrecer
Pra parar de pensar , IN-doidar
Por que é mais justo sorrir
De tudo que te empurram
Do que contestar como realmente
A frase vai ser colocada no seu túmulo
x
x
x
sua vadia :
nós nos tornamos aquilo que nunca queríamos ser.