beach

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fragmento corrompido

o fragmento abaixo
quem dirá que teve alguma
importância
se não só por minha ingênua--
idade , da solidificação
corpórea da auto destruição

imagens em terceira dimensão
copiam e colam , e lado
imagens em terceira dimensão
pesam fosco , no efeito colateral
na minha dimensão
catástrofe é só prólogo
de meia em meia hora

sou o absurdo do luto
isolado em notas radiofônicas
meta-calculado em mentiras
lançadas na espiral da cidade
onde nada mais importa
que o estéreo-interesse

sob a hipótese , hipocondria e tese
delimito a pressão pra sofrer
a chuva de palavras
pra não me importar
com qualquer um de vocês
não preciso de ninguém
pra ter motivo pra morrer
além do mais
esse meu ato de nascer

foi mero erro que Deus
rogou na humanidade

O caos é a nova moda
a ordem das coisas plásticas
forçando o meio ambiente
a ser feliz , onde dejetos indústrias
fazem de nós o lixo à margem do rio de sangue

ainda querem me falar
de sustentabilidade
sem a habilidade de prever
que é apenas a correção
do excesso que vocês pisaram
de erro que vocês amaram

a única coisa sustentável que eu enxergo
é o Apocalipse
é o Apocalipse
é o Apocalipse...



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

This Charming Girl

instinto , ao qual insisto materializar minha carne
sabes que se pode delimitar um conjunto de beleza
além do que se pode suportar um corpo humano
do mais que se possa ter no espaço
olho do ópio mecânico que trava solenemente meus atos
rapidamente teus olhos formados no lapso de maquiagem
astral sobre a vasta imagem que lapidou

linda como os portais se acharam
invocando teu corpo que jaz ali , sob o sol
nítido mostra-me forças pra voar degraus abaixo
devaneio que até Morrisey , choraria em cantar
até Deus pediria um dueto entre a conexão estrelar

eu me arrepio de lembrar que as luzes se entrelaçam
.
utopia fragilizada pela alucinação , neurônios clamam
.
tentáculos em diafragmas , no teu ventre , sob o teu aroma
.
eminente guerra sã que minhas células vigoram religiosamente
.
agora , por teus lábios , por teus atos , entre outros laços
.
martirizando toda forma de amor , todo o caos de quem não quer
.
o ódio tido como pulsação fixa nos muros da "afetuosa-idade"

(...)

tem uma luz que nunca quer ir embora
em volta de minhas lágrimas
eu arquivo aquele cético olhar
traduzido na melodia de tua voz
implícito no meu querer
aonde um vasto campo , tornou-se mais importante
de onde pandora pôs a criar seus filhos
tem uma vida à qual quero valorizar
sem sobrepor poesia na realidade
estar tão perto de ti , torna meu montante
em fraco frasco de papel , limitado
a só te olhar , olhar sobre outro ao qual
quero ver ...

e eles sabem demais dessas coisas
tanto que segregaram e não ensinaram
a pobres garotos de coração puro
são as dores de se aspirar tal condição
são as dores de aspirar o teu semblante
eu quero sair esta noite e te provar
que impossível , torna-se real
quando uma caixa diz que a lamentação
acabou num muro
onde nosso abraço , inventou algo novo
sob qualquer perspectiva de realidade
sob a face do século do exílio
onde a lua brilhou e refletiu teu rosto
em mosaicos detalhados no céu...

(...)

se você quiser ainda , tem uma luva
e uma chance de me contar
o que deverá de ser dos rumos
além do que propaga esse feixe de retas..


domingo, 5 de dezembro de 2010

Hoje a noite

Hoje a noite
eu só queria parar de chorar
só queria , não ter que mentir
não ter que ter a noção
da lógica sufocando a pertinência

o infalível truque da eclosão
o eclipse fatal , sem forma de óbvio
sem que pra isso tenho de voltar
da montanha com sangue de nossos votos

de nossa fé , de onde a melodia
clama por riqueza espiritual
de onde seu corpo irá parar
com tanto peso
pra auto-afirmação

acredite em mim
está noite , não vamos dar chance
o que ja é programado
vamos deixar o impossível acontecer
o infalível , perder
a dor que grita sobre nós
deixar-se fitar em fumaça
onde o insensato , pupilo
do horror , que forma amor
que destrói a cor
que qualquer problema
não seja relevante ao nosso sorriso
e celebração da paz intra-crâniana
acredita em mim

além do mais esta noite
clamo por teu nome
pro impossível acontecer
hoje a noite

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Debaixo da terra

pedras difusas que soltam
da imagem após a explosão
que se acumula durante o sentido
astral que nenhuma vez foi de paz

só dos falsos heróis que carregam
a cruz do sistema
o triz do veneno
e a memória despedaçada

mais claro que isso é só o sol
o corpo desabando
a fumaça no sé-pio evaporando
pro mar de gente

entrelaçada e perdida
perdida e entrelaçada

enquanto a linha sonora é mais pesada
o sorriso quebra no eixo em que desenvolve
desprezo pra dar mais valor
e reafirmar seu ego

enquanto traços geográficos
imitam os passos do caos
lideram as pesquisas
pra te prender mais ainda

na roda viva do colapso

só por dentro da quimera
que terei a paz
só dentro da esfera
aquilo que culmina
o jamais

jaz assim então
todo mundo feliz
debaixo da terra

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vermelho pt 2

Já descobri , o que minha última e ainda viva
artéria de meu coração senti por ti:

(...)

ódio , sua vagabunda!
ódio traduzido no reflexo da mediocridade
a idade da alienação eminente
num campo de batalha , onde a fumaça
valeu me mas interessante
do que te dizer boa noite.

e que tão pouco , tu presença ali
me questionaria , se aliviara
toda a máquina perimetral
em que as engrenagens
puseram pra esquentar
os ataques de coração

(...)

Já descobri que vermelho , traduz-me em sangue
deste bebo e nem necessito de uma lacuna inc.
pra te abstrair da minha memória
dentre outras cores , sei que virão
sei que a ilusão é mero artifício
redobrado em comprimidos
sobre o compromisso de me tornar ninguém

Já descobri tão rápido que , quero que se foda
quanto mais ao esmo que a lápide
que vou cuspir , um funeral de merda
e rir da sua desgraça alheia
assim será...

sábado, 20 de novembro de 2010

Vermelho

A cor que me lembra da pupila
nítida , sobre o fato delimitado
lembra-me a realidade
e a surra de palavras jogadas
contra meu ego , contra o vento
sem qualquer sentido , pra nós
e outros mais...
lembra-me da pulseira que te entreguei
e que provavelmente deve ter espatifado-se
no tempo que nos condenou fendas diferentes
além das quais um dia
posso suportar...
fez-se embaixo de mim uma poça
um véu e um convite de processos
dos quais não confrontam
os tempos que estava ao teu lado
se os puros corações , não suportam a dor
do peso , que hoje em dia , vale muito mais
do que aqueles breves sorrisos espalhados
por detrás daquele pavimento
vendo você descer , correr
como se fosse pra mim , como se fosse
artefato raro , inserido num coletânea de discos
fragmentados...
eu nem sei pra que cheguei com o propósito de lembrar de ti
nem sei pra que arquivar , se jaz um morto
moribundo que foca nesse belo passado
6 anos em uma odisséia
o que deus nunca quis escrever
em nossas linhas tortas

(...)


vermelho , agora me lembra do sangue derramado
e das lágrimas e lastimas desnecessárias
pra fazer de todos , falsos heróis
sob o erro do presente de Deus
o ser humano

enquanto erra no falho
meu fardo é te carregar pra vida toda
sem que você faça importância um dia
sem que eu me esqueça
quem fomos um dia

(...)

deixo lá , o dó de te amar
pra fá em façam , tudo
memórias translúcidas
esculpidas num corpo
em composição no espaço

(...)

dessas memórias me sobra espaço
no devaneio de te ver um dia
soletrando no cinza do céu
que aquele azul foi frio
e que meu desabafo
porventura
dará cadeado
nesse diário

...

já não sei mais o que meu estorvo do coração
bate e bebe por ti ...
já não
não
sei....

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ana Cecília

Dentro de uma caixa de sonhos
Dentro da lúcida chuva que soletra
As palavras como escadas rolantes
Se a cor pálida não dividisse nosso o céu

Se teus olhos verdes não me contaminassem
E num súbito reagir , pego na tua mão
E como se fôssemos íntimos de longas auroras
Damos vida , nos passos , nos olhares e espaços

Como que pra mim Cecília, fostes a cura
A linha que atravessou meu coração
Num dia de glória, na nossa porta
Onde as lápides relembram os heróis

Que morreram por tentar descobrir a paz
Que morreram por nós
Que rezam por nosso amor
Que prezam pra tua existência

Eu sei que sinto da penumbra
Teu corpo dentro do meu
Tuas pupilas à me hipnotizar
Como te amo tanto , Ana Cecília

Como que tão simples , fora o encontro
Nas esculturas de centro alocado
Em divisas e avenidas , diga-me que te encontrar
Foi mera arma do acaso , que lavo minhas mão
Nas lágrimas do céu
Que no negro dos teus cabelos
Que no pálido do teu rosto
Que no verde dos teus olhos
Encaixo-me perfeitamente nesta obra
Neutraliza meu coração como nunca
Assim jaz todo meu amor por ti , Cecília

Jaz aqui , só dentro desta caixa
Por detrás da janela , o relógio soa 13 horas do dia
A chuva parece iniciar , lavar , o que simplesmente foi um sonho
E sei que na outra porta vem o peso da realidade
E que nunca te encontrei Cecília
E que estou morto , até o dia em que você aparecer
E fazer do sol , só cinza entre as nuvens
Pra dizer que já te conhecia de algum lugar
E quando teus olhos tocarem esse meu mundo
Nada mais existirá , como uma punição divina
Linda , sempre és , e assim foi
o brilho ...