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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vejo

Eu vejo uma sombra que se dilata, no meio branco sépio
Eu vejo um senhor gritando sobre a cura , sobre o milagre
Eu vejo a ruína de uma flor , caída envolvida pelo plástico
Eu vejo a água carregando ela pra encosta , que ali já cai
Outra chuva de pesares e explicações , números e catálogos
Eu vejo um rapaz , que ainda aprende a sofrer pelo belo amor
Eu vejo um pino na garganta , que não explode nem com o grito
Eu vejo a agonia perimetral, que sufoca as artérias envolvidas por fumaça
Eu vejo o leito , recostado no ostracismo , declínio da mecânica diária
O som vem com tudo , destruindo todo o olhar fascinante

E o silêncio, trava os ponteiros
Mas pra que tudo isso se repete...
Só mudam os semblantes
Os invernos e primaveras
A mesma ascensão e declínio
O mesmo inferno e paraíso
Será que se deve cortar o miocárdio
Pra rebobinar o defeito na fita
Pra fotografar e datilografar
A mesma memória , ilustrada
A mesma estória , desgraçada

vagando...

O que eu não vejo é o acordar
O que eu não vejo é uma devoção
O que eu não vejo é aquela toda alegria
Que vocês me expuseram num quadro
Tão marcado de artes e mesquinharias modernas
Frases de inflamação do ego e conformismo

Eu ainda vejo aqueles olhos , o sorriso
E ainda vejo que a distância é horizontal
E ainda vejo uma pequena dor que acelera
Deixa tão perdido
O que estava perdido
Pra tentar achar no nada
Uma estrela
A queda ainda é longa
Não vejo o chão , rezo por ele
Pra espatifar meu corpo ali
Perder o sonho e a saudade
E dar um play numa nova filmagem
De um plano invertido.

domingo, 29 de novembro de 2009

Poeira do Universo

Razão . Feto: Universo
Jaz um andarilho iluminado
Comunicação, Fragmentação
ESTADO MODERNO ABSOLUTO
... traga livros, travam arquivos...
pra transpassar esse mesclado legado
Fazer a análise sobre como uma civilização
Soube arquitetar tudo , todos sobre as parcelas
Num século tão desgastado pelo desigual
A faceta involuntária que parte
E todos celebram a mesma amizade


Coitado de vocês que diluíram todo o propósito
Só de saber que depois que a matéria
E recomposta e apodrecida debaixo de terra
Já não tens mais o limite imortal , já não tens mais nada
E o que vem depois , medíocre humanista?

Nascem almas iluminadas, predestinadas
Visionárias ao descobrimento e percepção
Estão girando num fluxo , intra-estrelar
Sucumbindo do caos , multilateral
Diagramas que ladrilham o céu
Sem alguma percepção de cores
Explosões ocorrem atrás da linha azul
... pontilhada de branco

mas ainda preferem estudar os processos das máquinas
de como elas tem de favorecer à adaptação néo-logistica
bélica, fraternal e passional
então vivam , pseudos-imortais
já que os ares são tão pequenos
e você é poeira no universo

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A visão do plano

A poesia foi jogada ao ralo;
Banalizaram ato ao acaso
Superiorizaram todas as múltiplas
Questões congruentes de vivacidade
... passa ar , ar passa a cidade....

Zelar pelo simples, acanhado
E tão doce devaneio
Fazem a opinião alheia
Inclinar o seu ser, fragmentado ao babaca
...sufoca a fração , o ódio passa a vigorar...

Dentro das vielas do pensamento
Tornarei meu ser à conjunção da "malandragem"
Espécie tão banal , que tomou posse
Esperto como todos vocês , vocês aí
Com seus olhares super-elevados
Juízes prepotentes do amor

[Fazer de poeira memória
o que é silêncio, já foi
mutuamente calado...
vago sem saber de
minha alma e coração
transição é o próximo
passo, largo, doído
mas tantos cacos
já cortaram os pés
não vai ser diferente
assistir de cima do
plano-alto , nascer
mais outra flor
e mais outras
são flores só pra
estampar o desgaste
poderia ter escutado
mas num quadro iluminista
vejo o renascer
e a queda, transferida
nascerão, mosaicos
flores , estrelas
mundos... dilúvios
a realidade é a mesma
linha que traça
distante , o quebrado
horizonte]

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sem brilho

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Jornal, preço, sol
Reorganizar
Ser alguém
Um grito
Quatro mil
Oportunidade
Responsa-habilidade
Sem melodia
Cuca fundida
Oceano
Ostracismo
Agonia
Bandeira azul
Um lixo
isso.
torno-me

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Conto literal (Sobre a Epopéia fragmentada)

"Passada uma espada , atravessada bem no meio do coração de Eathan
Jorra todo o sangue avante a cavalaria , frente a épica batalha
Que decide o destino do reino de Idaihein , o destino do Apocalipse
Invocam novos eclipses , sobre os 5 sóis , totalmente desregulados
Pela mitologia , pela hipocrisia , pela nostalgia , pela roda que gira
Sobre dois pontos multilaterais surgem Ignus e Ignis
Bem dispostos a anquiliar Eathan , que ainda rasteja feito verme
Sob o lampejo de um raio , o único feixe de luz durante a batalha obscura
Os deuses se deparam ainda com a esperança , mesmo hemorrágica
Eathan lança sua espada absorvida pelo raio e dispara direto no crânio de Ignus
Que apenas sorri , na condição de imortal , na base super-moral
E lhe ensina que com um Deus se tem devoção , não petulância
Eathan lhe responde de forma voraz , como acreditar num deus
Que pos arruinar toda sua vida e seu reino e com mais ódio
Parte pra cima de Ignis que até , só transferia olhares
E ao olhar bem nos olhos do pobre Eathan
Acaba de lhe arrancar o coração , ainda rasgado , palpitante
Eathan ainda tem um fração de ação e vida , por incrível que possa parecer
Nesse mesmo instante , alavanca sua elétrica e majestosa espada
Lança sem aguardar alguma coisa , e arranca a cabeça de Ignis
Pra puro desespero de Ignus que vê seu divino amor , já decapitada
O sol se quebra , a luz não atravessa , e a penumbra concretiza
Toda cinza imagem , perimetralmente reorganizada , pelo efeito colateral
Ignus com o melhor da fúria divina , explode o corpo de Eathan
Que ainda desfila um breve e apático sorriso , vendo assim
O reino de Idaihein , sucumbir as diversas , chamas , mares e ventos
Pagaste o preço por desafiar e até matar o amor de Ignus
Que agora se afunda no seu próprio eclipse
Foi tão divino , um verme arrancar a cabeça de um Deus
Ah... se foi .... "

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Segmento do óbvio

A cidade parece óbvia, carros, processos, fumaças, ecos, palavras e dor. E como tudo que se reprime na arte do óbvio, até meu ser se tornou óbvio. A paranóia, que atreve a seguida, paira no desfile dos ladrilhhos de grandes arranha-céus, céus , que já estão limitados pelo toque "supra-humano". Uma resenha e outra análise de um disco, jornais e teledocumentários. Compras , grandes aquisições , felicidades, obrigação de parecer mutante num Estado independente. Até aí , me concentrava na ruptura dos seres e suas crenças . Dar um tom iluminista nas mentes que precisam da troca nivelada de informação, superando a lógica de tecnologia e avanços , algo mais "intra-espacial" . Mas até me deparar , mesmo que olhando pra trás , com o óbvio de amar , pôs-me a declinar de minha reta , traçada de forma visionária. Essa queda me pôs no óbvio , na esfera ilusória secular , na merda da esperança. Eu já não era mais ninguém e nem ligava pra isso , até esse batimento reanimar o chamado coração.

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Hoje é óbvio
Som é óbvio
Parecer é óbvio
Limitar é óbvio
Diferir é óbvio
Sangrar é óbvio
Sonhar é óbvio
Esperar é óbvio
Construir é óbvio
Amar é óbvio
Declinar é propósito do ópio

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Como toda frase vai ser
Como todo o efeito vai guardar
Como toda vontade vai acabar
Neste segmento modista
Seguindo a linha do destino
Em foder a mente e o pensamento
Eu já devia saber , antes de sonhar
Que toda prática alimentada
Depara na porta da Quimera óbvia
Como um algoz esclarecido
Explode toda nivelação
Retraída e repensada
Observar meu corpo vagando
No auge do infinito
Veja é tão óbvio
Que era impossível de se renegar
À crença ,agarrada as dimensões
ilusões dentro de uma caixa
Marca de frases sem efeito
nenhum.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Estrelas antes de caírem

Estrelas antes de caírem
Fazem eco , no centro do coração
Da mãe do universo

Eu já sei que é tudo perdido
Tão intocável , inalterado
Mas uma parcela ainda me chama

Não me fale sobre coragem
Me fale sobre vertigem
Os passos estão se invertendo

Calhou de sempre a dor se revirar
Num traço de sorriso , outros brilhos
Todo mundo está pronto ?

Ainda que o peso da verdade , me esquarteje
Ainda que olhar aos outros raios , me atire
Ainda que sonhar mais desespero , me infernize
Ainda que abandonar o ímpeto do amor , me tranquilize

Interno o veto , santo ato , na casa de análises
Bebo do amargo sabor da derrota
Envolvo nas venosas , antídotos
Pra fazer a carta pegar fogo
Só ver as cinzas descolorindo o ar
Tentar apalpar cada pedaço
E fundir à minha matéria
Abrir os olhos , dentro das paredes
Tão sólidas , quanto foi o que esperavámos
A porta se fecha e a estrela está explodindo
Vista de longe mais um horizonte;

sábado, 7 de novembro de 2009

Bandwagonesque*

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Uma manhã.
Decodificações e probabilidades
Um saco de moedas, Capa rosa
Sentidos e sons paralelos
Luzes que invocavam uma sobre-posta
Pintura multi/vanguardista
Insolente , perdida
Uma manhã
Solos
Nostalgia
Ambiente ecoado
Atmosfera lógica
Após as pernas não suportarem o peso
Do caos , da vibração
Outra intitulação alternativa
Isso é uma música?
...
Uma manhã, bem teenage.
_
* nome do segundo disco da banda "Teenage fanclub"