beach

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sopra

os papéis picados , sopram o lógico
dentro do sépio buraco formado
do mais cinza que resolve
sorver e retroceder

lápides formaram ti , mulher
que tanto sepultou a coragem
pra saber , beber de tua nudez
em frases marcadas de tinta

lisa e geográfica
o espaço e a fusão
nuclear e sintetizada
estou dentro , de ti

mas que calha , a teia
por ser longa demais
deixa-me preso aqui
no teu ventre , e o vento

soprou aquele papel picado
soprou meu medo pra agora
sobrou aquele clima ameno
sobrou aquela raiva sequencial

até o maior dos astros
soube que o dia , invertera
toda multiplicação da fábula
numa fábrica de medo
e estruturas.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nós nos tornamos aquilo que nunca queríamos ser

O embaraço dos ponteiros
O mormaço sob forma de amarelo
O desgosto embrulhado em fita isolante
E o preso do justo faz lá pra ignorância

Querem nos empurrar um deus que não existe
Querem nos defender de um diabo que não existe
Querem condicionar a cura , a cama , o vencimento
E o peso justo da medida é tão separado...

Que todo mundo sente dor
Que todo mundo se sente palpável
Que todo mundo sorri
E o morto ainda ama , o que lhe corrói

Errante é pensar que latidos e mosquitos
Só estão mais do que certo , em cercar
E sugar dos seus ouvidos , o que lhe
Parecia inabalável , parecia acabado
Por frases feitas de otimismo
Um cartão de crédito
E uma conta conjunta
Se a vagabunda não lhe tirasse
A sorte de se ver motivado
No espelho de sete casas
No envolvente devaneio que acumula
Muito mais do que um suspense
Em uma fodida banca de jornal


O que penso depois , da lavagem
Só nos esquartejaram , só nós
O cérebro pausa continuo , vivo
Ainda que escalpelado , por viúvas
Tudo compacto , encaixado
Pra sentar-se no sofá e apodrecer
Pra parar de pensar , IN-doidar
Por que é mais justo sorrir
De tudo que te empurram
Do que contestar como realmente
A frase vai ser colocada no seu túmulo
x
x
x
sua vadia :
nós nos tornamos aquilo que nunca queríamos ser.