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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vermelho pt 2

Já descobri , o que minha última e ainda viva
artéria de meu coração senti por ti:

(...)

ódio , sua vagabunda!
ódio traduzido no reflexo da mediocridade
a idade da alienação eminente
num campo de batalha , onde a fumaça
valeu me mas interessante
do que te dizer boa noite.

e que tão pouco , tu presença ali
me questionaria , se aliviara
toda a máquina perimetral
em que as engrenagens
puseram pra esquentar
os ataques de coração

(...)

Já descobri que vermelho , traduz-me em sangue
deste bebo e nem necessito de uma lacuna inc.
pra te abstrair da minha memória
dentre outras cores , sei que virão
sei que a ilusão é mero artifício
redobrado em comprimidos
sobre o compromisso de me tornar ninguém

Já descobri tão rápido que , quero que se foda
quanto mais ao esmo que a lápide
que vou cuspir , um funeral de merda
e rir da sua desgraça alheia
assim será...

sábado, 20 de novembro de 2010

Vermelho

A cor que me lembra da pupila
nítida , sobre o fato delimitado
lembra-me a realidade
e a surra de palavras jogadas
contra meu ego , contra o vento
sem qualquer sentido , pra nós
e outros mais...
lembra-me da pulseira que te entreguei
e que provavelmente deve ter espatifado-se
no tempo que nos condenou fendas diferentes
além das quais um dia
posso suportar...
fez-se embaixo de mim uma poça
um véu e um convite de processos
dos quais não confrontam
os tempos que estava ao teu lado
se os puros corações , não suportam a dor
do peso , que hoje em dia , vale muito mais
do que aqueles breves sorrisos espalhados
por detrás daquele pavimento
vendo você descer , correr
como se fosse pra mim , como se fosse
artefato raro , inserido num coletânea de discos
fragmentados...
eu nem sei pra que cheguei com o propósito de lembrar de ti
nem sei pra que arquivar , se jaz um morto
moribundo que foca nesse belo passado
6 anos em uma odisséia
o que deus nunca quis escrever
em nossas linhas tortas

(...)


vermelho , agora me lembra do sangue derramado
e das lágrimas e lastimas desnecessárias
pra fazer de todos , falsos heróis
sob o erro do presente de Deus
o ser humano

enquanto erra no falho
meu fardo é te carregar pra vida toda
sem que você faça importância um dia
sem que eu me esqueça
quem fomos um dia

(...)

deixo lá , o dó de te amar
pra fá em façam , tudo
memórias translúcidas
esculpidas num corpo
em composição no espaço

(...)

dessas memórias me sobra espaço
no devaneio de te ver um dia
soletrando no cinza do céu
que aquele azul foi frio
e que meu desabafo
porventura
dará cadeado
nesse diário

...

já não sei mais o que meu estorvo do coração
bate e bebe por ti ...
já não
não
sei....

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ana Cecília

Dentro de uma caixa de sonhos
Dentro da lúcida chuva que soletra
As palavras como escadas rolantes
Se a cor pálida não dividisse nosso o céu

Se teus olhos verdes não me contaminassem
E num súbito reagir , pego na tua mão
E como se fôssemos íntimos de longas auroras
Damos vida , nos passos , nos olhares e espaços

Como que pra mim Cecília, fostes a cura
A linha que atravessou meu coração
Num dia de glória, na nossa porta
Onde as lápides relembram os heróis

Que morreram por tentar descobrir a paz
Que morreram por nós
Que rezam por nosso amor
Que prezam pra tua existência

Eu sei que sinto da penumbra
Teu corpo dentro do meu
Tuas pupilas à me hipnotizar
Como te amo tanto , Ana Cecília

Como que tão simples , fora o encontro
Nas esculturas de centro alocado
Em divisas e avenidas , diga-me que te encontrar
Foi mera arma do acaso , que lavo minhas mão
Nas lágrimas do céu
Que no negro dos teus cabelos
Que no pálido do teu rosto
Que no verde dos teus olhos
Encaixo-me perfeitamente nesta obra
Neutraliza meu coração como nunca
Assim jaz todo meu amor por ti , Cecília

Jaz aqui , só dentro desta caixa
Por detrás da janela , o relógio soa 13 horas do dia
A chuva parece iniciar , lavar , o que simplesmente foi um sonho
E sei que na outra porta vem o peso da realidade
E que nunca te encontrei Cecília
E que estou morto , até o dia em que você aparecer
E fazer do sol , só cinza entre as nuvens
Pra dizer que já te conhecia de algum lugar
E quando teus olhos tocarem esse meu mundo
Nada mais existirá , como uma punição divina
Linda , sempre és , e assim foi
o brilho ...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Perda

o grande porte
a grade inversa
o estereótipo convencional
status regional
e intra-venoso

"out-doors in out"

;

façanhas e grandes sorrisos
exploração inconsciente
e sempre sobra alguém na cama
sempre sobra um arrebentado


"mega-doors in "

.

o que especialmente , mente sobre a gente
faz da imagem sonho e consumo
labirintos entre as vielas e grandes construções
na propaganda semanal

...

o que era pra ser o alívio
se formou em somatório do caos
a perda mesmo sabendo que ganhou
a dor mesmo sabendo que se curou

como se eu pudesse dizer que estou livre
dessas frases , e que posso ouvir outros ares
como se fosse a verdade , outra fase
consumida na alegoria do desespero

danos morais , é moda em desfile
estar frente aos holofotes sob qualquer
meta-circunstância-ideal-motivação
o marketing e lições óbvias
de ser pseudo-infla-feliz

seja feita vossa vontade então/


a necessidade foi mais que real
surreal foi estar dentro do seu corpo
só rezei pra não perder a rotina
sei que perdi a guerra , mesmo estando tão bem armado
cai meu corpo dentro dos arames
cai o outro que levitou horas atrás
cai a verdade como ópio bastardo
cai a dor na ártéria fundida
ao cérebro do mundo
pra gritar que já está sobreposto
todo o silêncio e desastre
pra uma vida sem sorte
em órbita ...

em vida , relata-se que todo candidato de bom coração
está disposto e destinado a se foder na vida
em órbita no paralelo
nascendo do inferno
a justa causa pra parar
no abismo
visto
logo
parto
caio
desfaço
ao máximo
o corpo
partir
outro
mundo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Força

o lodo que agregou a ruptura
uma luz de webcam , foi fumaça
em horas , tediosas e vagas
saltando rente a chuva
feixes e pingos , paralelos

a aranha que dizimou a mosca
o cal , que a paz , não deixa a cozinha ter
pra afastar de nós , todo o azar
se é pra ter asas?
pra que se jogar?

enquanto o óbvio parece ser o hospedeiro
de tantas engrenagens , sufocadas nas janelas
todo cidadão , praticante comum , dos bens duráveis
e da fé , ignorante dos dons e sons que a euforia
produz , contra partido à sua posição febril
alucinado , frente ao plasma
e a aranha agora morta

só pra poder me dar alívio
pra poder tentar ver sentido
ajudai-me , com forças e sorte
a agarrar a vaga do ofício
pra cair no ladrilho do suicídio

e morre de forma menos honrosa
da mesma aranha que disputou
seu pedaço de carne
no céu invertido e cinza

passam as vezes as luzes
alguns ruídos , vozes e imundices
que todo sujeito está disposto
a esquecer quando se é respeitado

falta agora
volta agora
porque a fita está amarrada
em nossos laços
fazendo sangrar
todo aquele espaço
que fora cenário de guerra

sábado, 6 de novembro de 2010

Abuso

o desapego desconectado ao desperdício
o abuso das horas dentro do mar
o nublado que envolveu nosso céu
veio calhar , pintar e matar

todo o tido como nunca
do que és possível , desligar os motores
momentâneas , e deixar com a sorte
o modo moderno de se deixar partir

a razão e o porquê das vidas , acontecerem nesse sentido
nessa velocidade , traçamos de tentar saber , desligar e afundar

por que todas as damas estão acima dos softwares
por que todas as damas estão acima dos chips

venha mais um pouco
abuse de tudo
e deixe rolar

nada como a chuva pra inventar o frescor
que abafou a mesa , em gigantescos , seres
multi celulares

e as damas estão acima dos softwares